Crise e violência fecham quase 4 mil estabelecimentos no Rio em 2017

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Crise e violência fecham quase 4 mil estabelecimentos no Rio em 2017
Agência Brasil
30/05 às 15h14 - Atualizada em 30/05 às 15h14
A crise econômica e a violência responderam pelo fechamento de 3.950 estabelecimentos comerciais no estado do Rio de Janeiro, no primeiro trimestre deste ano, que representa alta de 31,8% em relação ao mesmo período de 2016, quando 2.996 estabelecimentos fecharam as portas. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio).

Na capital fluminense, foram 1.693 estabelecimentos comerciais fechados de janeiro a março de 2017, contra 1.263, no mesmo período do ano passado, o que representa alta de 34%. O local onde foi observada a maior variação (45,3%) no número de lojas fechadas foi a região central do Rio, passando de 190, em 2016, para 276, este ano.

O presidente do CDL Rio, Aldo Gonçalves, mostrou preocupação com a insegurança no Rio: "Está havendo também assaltos a shoppings centers, o que não ocorria antes”.

A pesquisa Gastos com Segurança em Estabelecimentos Comerciais, elaborada pela entidade, revela que o comércio varejista do Rio de Janeiro gastou R$ 1,2 bilhão com segurança, entre abril de 2016 a abril deste ano.

O gasto extra envolveu compra de equipamentos, alarmes, contratação de seguro e seguranças, colocação de grades, blindagem de portas e reforço de vitrines. Foram ouvidos 750 lojistas, dos quais 150 já tiveram seus estabelecimentos furtados, assaltados ou roubados. Crescimento de 20% na comparação com o ano passado.

Economia

Segundo Aldo Gonçalves, o dinheiro gasto com segurança pelos lojistas poderia estar gerando empregos: “Se esses recursos fossem aplicados para abrir novas lojas, isso geraria empregos, geraria novos impostos, ajudaria a economia. Ou, então, em treinamento de pessoal, capacitação, seria bom para os comerciários. Mas é um dinheiro que está sendo investido para conter violência e é uma soma importante”, lamentou.

Para o presidente do CDL-Rio, fica evidente que o problema da insegurança afeta muito a economia, porque além dos assaltos a lojas e arrombamentos, o assalto ao consumidor também afasta as pessoas das ruas. “Diminui o faturamento, as vendas das lojas. Isso tem prejudicado muito o comércio e, consequentemente, a economia como um todo”.

Além da crise econômica que persiste no país e do desemprego, Aldo Gonçalves indicou que a falta de segurança também provoca queda nas vendas, contribuindo para o fechamento de muitas lojas.

O CDL Rio informa que tem enviado ofícios e reclamado junto à Secretaria de Estado de Segurança Pública e ao governo fluminense pedindo que providências sejam tomadas no sentido de melhorar a proteção tanto das lojas, como do consumidor. Para Gonçalves, porém, a resposta do governo até o momento tem sido “inócua”.

De acordo com a pesquisa, do total de R$ 1,2 bilhão investidos na segurança dos estabelecimentos comerciais, 62% (R$ 744 milhões) foram aplicados na contratação de segurança privada e vigilantes.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Estado de Segurança Pública para comentar os dados da pesquisa, mas até o momento da publicação da matéria não obteve resposta.